Jardim Japonês: Zen, art e meditação
Com o final de semana chegando, estamos em modo Zen, reflexão e meditação. Já faz um tempo que pensei em escrever um post sobre os Jardins Japoneses, que são uma combinação de paisagismo e artes plásticas! Fiz um mergulho na cultura e na historia do Japão! 😉
O Jardim Japonês faz parte parte da cultura e das tradições nas casas do Japão, nas proximidades de parques nas cidades, em templos antigos budistas ou xintoístas. Os nipônicos são reconhecidos e admirados no munto todo pela serenidade e pelo apreço à organização. Atributos pertencentes ao povo, mas que também se aplicam ao estilo das áreas verdes do país. O paisagismo japonês é uma das mais elevadas formas de arte. Os elementos filosóficos, religiosos e simbólicos são características marcantes, combinando pedra, água e planta de maneira simples e, ao mesmo tempo, perfeita. Assim como japoneses tendem ser na vida.
Um convite a contemplação: o jardim japonês transmite paz e espiritualidade. Os aspectos visuais como a textura e as cores, em um jardim oriental são menos importantes do que os elementos filosóficos, religiosos e simbólicos. Estes elementos incluem a água, as pedras, as plantas e os acessórios de jardim. Os modelos dos primeiros jardins vieram da China e representaram o prazer e divertimento dos aristocratas. Os do Período Heian (794-1185) sempre tinham um lago com uma ilha e eram construídos para contemplar a Natureza através das mutações das estações do ano. A partir disso, os jardins começam a desenvolver características próprias, dando destaque para os arranjos de pedras, expressando a essência da natureza em um limitado espaço de forma harmoniosa com a paisagem local. Os estilos do jardim japonês mostram diferenças radicais quanto à sua concepção espacial e aos materiais usados em sua construção. Eles quase sempre são naturais ou simbólicos em relação à natureza, contrapondo-se ao estilo geométrico e artificial dos jardins europeus. A aparente simplicidade dos jardins japoneses contém infinitas variações do uso dos terrenos, dos materiais e das formas em que a natureza e o clima exprimem sua sutil beleza. Coube aos mestres paisagistas o trabalho de síntese que permite uma experiência fundamental de contemplação e comunhão com a natureza.
Na verdade, existem cinco tipos de jardins japoneses: há o de passeio com lago, que é monumental e conta com árvores de grande porte; e o de contemplação, menor e com um pequeno lago construído para ser observado de um ponto fixo. O de paisagem seca é elaborado com pedriscos e rochas e conhecido como zen. Enquanto o da cerimônia do chá precede o caminho até o casebre onde é realizado o rito que celebra a união entre as pessoas, e o mínimo fica na casa e geralmente é bem pequeno. Entretanto, apesar da distinção entre eles, todo jardim japonês é marcado pelo aspecto simbólico (com paisagens que imitam cenas da natureza) e pela assimetria. O estilo do jardim japonês nasceu como um símbolo sagrado, sendo um local de contemplação onde o homem se encontra com Deus. Por isso, todos os elementos naturais eram reproduzidos fielmente em ambientes de grandes proporções. Alguns elementos são fundamentais no jardim japonês:
O Sakura ou cerejeira ornamental, que é conhecida como a flor da Felicidade e assume um lugar importante na cultura japonesa. Nos meses de Março a Abril o povo festeja o Hanami para comemorar a floração da árvore com muitas festividades.
O Momiji-Gari ou Acer Vermelho, que revela um aspecto melancólico e reflexivo da personalidade japonesa. As lanternas de pedra que induzem à concentração, ajudando a clarear a mente, adicionando o místico, a tradição e a espiritualidade. Os pontos de luz devem ser estrategicamente distribuídos para não ofuscarem a visão.
O lago e as carpas:: água é vida, daí a importâcia do lago. Nele, vivem as carpas, símbolo de fertilidade e prosperidade. A variedade Nishiki-koi, valiosa, exige água cristalina. Para tanto, podem ser instalados uma bomba e um filtro biológico (do tipo carvão ativado), garantindo a circulação da água.
Taiko Bashi ou ponte: Uma ponte ou um caminho dentro de um jardim, representa uma evolução para um nível superior em termos de amadurecimento, engrandecimento e auto-conhecimento, enquanto a flexibilidade do bambu, conduz a capacidade de adaptação e mudança.
As pedras das cascatas: o centro do jardim. A pedra colocada na posição vertical representa a figura do pai, e a da horizontal, a mãe, dela, brota a água. As outras pedras, simbolizando os descendentes, são distribuídas em torno do lago e entremeadas pela vegetação.
O bambu e os adornos: os galhos do bambu são amarrados, direcionando o crescimento para que a planta se curve para o lago, como em reverência. O sino de vento e os macacos de cerâmica, fixados na planta, trazem o som da natureza e a felicidade.
A intenção do jardim japonês é ser visualizado mais pelo pensamento do que pelos olhos. Como tem uma atmosfera de meditação, o silêncio é fundamental, levando tanto a interpretá-lo quanto a fazer um mergulho interno. Por isso, sua organização é muito peculiar. São seguidos critérios para localizar os elementos: os mais baixos ficam no lado onde nasce o sol para não projetarem sombra nas plantas. E os pedriscos brancos com desenhos ondulados substituem o elemento água, quando este não se encontra no local. Na entrada da área verde, é comum ter uma cuba (tsukubai) para lavar as mãos, significando a ‘limpeza da alma’ para refletir e meditar.
Um final de semana cheio de energia renovadora, com paz e equilibrio!
Por Elena Korpusenko
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